segunda-feira, 13 de junho de 2011

Fascínio e terror: vulcão Puyehue, Chile




 

sábado, 11 de junho de 2011

Será o fim das sacolas plásticas?

O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, sancionou lei que proíbe as sacolas plásticas no comércio.

Saiba mais: Estadão; UOL.

Muito boa a reportagem da revista Veja de 1 de junho de 2011 (ed. 2219):

Seção Guia -Sustentabilidade

O fim das sacolas plásticas?

As alternativas viáveis
E as garrafas PET continua

Leia no Acervo Digital da revista.

Pontos principais:

- As sacolas plásticas "biodegradáveis" em geral não são adequadas. As chamadas oxibiodegradáveis, por exemplo, desintegram-se em partículas microscópicas de plástico, que contaminam o solo e a água.
- O uso de sacolas plásticas como "saquinho de lixo" estimula a produção de mais plástico e atola os aterros e lixões.
- Prefira sacos próprios para lixo feitos de plástico reciclado. Eles enchem os aterros e lixões também mas, pelo menos, não demandam nova matéria-prima e gastam menos energia para sua produção.
- Evite sacos pequenos para o lixo, para evitar trocas muito frequentes.

Celular pode causar câncer

A Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC), ligada à Organização Mundial da Saúde (OMS), admitiu que a radiação emitida pelos celulares é potencialmente cancerígena.
"A população precisa saber que existe a possibilidade de, se ela usar por mais de 30 minutos por dia, desenvolver um tumor" [segundo a médica Ubirani Otero, chefe da área de câncer ocupacional do Instituto Nacional de Câncer (Inca)].

Em alguns países da Europa, como a França, a legislação restringe o uso do celular por crianças e adolescentes. Nesse grupo, a barreira hemato-encefálica ainda não foi bem formada, aumentando a possibilidade de desenvolver um glioma.

As mesmas orientações valem também para o telefone sem fio, que tem a mesma radiação do celular.

Deve-se diminuir o uso, a duração e alternar o ouvido.

PONTOS A PONDERAR:
Deve-se ponderar que o maior estudo sobre o assunto, o Interphone, encontrou evidência de risco aumentado de câncer somente em "usuários pesados" (leia abaixo) e estudos anteriores não comprovaram risco. Por outro lado, nenhum estudo pode AFASTAR a existência de risco.
- Por um lado os celulares mais modernos emitem menor radiação eletromagnética e cresce o uso de mensagens de texto, fones de ouvido e viva-voz, que mantém o aparelho longe da cabeça.
- Por outro, aumentou muito o número usuários de celular entre crianças e adolescentes, que costumam não controlar o tempo gasto em conversações.

Cinco dicas para usar o celular com segurança:


1) Mantenha fora do alcance das crianças

2) Use fones de ouvido, viva-voz e mensagens de texto - medidas para manter o aparelho longe da cabeça

3) Não fique com o aparelho junto ao corpo - mesmo que não esteja sendo usado, o celular emite radiação. Deixe na bolsa ou na mochila.

4) Não deixe o celular ligado sob o travesseiro ou próximo de sua cabeça enquanto dorme.

5) Cuidado com o sinal fraco - é quando o celular emite mais radiação. Evite o uso durante este período.Segundo a OMS, "usar o telefone em áreas com boa recepção também diminui a exposição, pois permite que o telefone transmita com menor potência."

Fontes: revista Veja; FDA


Obs: As evidências limitam-se à associação entre campos eletromagnéticas de radiofrequência provenientes do uso pessoal de telefones sem fio (incluindo celulares) e dois tipos de tunores: o glioma e o neuroma acústico.
O uso "intensivo" do celular (30 min ou + por dia) foi associado a um risco 40% maior de desenvolver glioma ao longo de 10 anos.
Ainda são insuficientes os dados sobre outros tumores ou para outros tipos de campos eletromagnéticos de radiofrequência (como a exposição ocupacional a radares e micro-ondas ou a exposição ambiental aos sinais de rádio, televisão e telecomunicações sem fio).
A classificação de risco de câncer é 2B ("possivelmente carcinogênico para humanos"), ou seja, pode haver algum risco, que precisa ser monitorado.
As conclusões completas serão publicadas em breve como Monografia (n. 102) e na revista Lancet Oncology.

Veja a nota de divulgação da OMS 

FDA prefere evitar alarmismo e questiona qualidade dos estudos
Leia mais no site do FDA.
Para comentários sobre o posicionamento do FDA e da OMS, veja o site Environment.about.com.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Ganhei coragem - Rubem Alves

Recebi este texto do Rubem Alves (pensador e escritor) por email e chequei sua autenticidade no seu site - foi publicado na sua coluna da Folha de S. Paulo, em 2002.

Ganhei coragem

“Mesmo o mais corajoso entre nós só raramente tem coragem para aquilo que ele realmente conhece“, observou Nietzsche. É o meu caso. Muitos pensamentos meus, eu guardei em segredo. Por medo. Albert Camus, ledor de Nietzsche, acrescentou um detalhe acerca da hora quando a coragem chega: “Só tardiamente ganhamos a coragem de assumir aquilo que sabemos“. Tardiamente. Na velhice. Como estou velho, ganhei coragem. Vou dizer aquilo sobre que me calei: “O povo unido jamais será vencido“: é disso que eu tenho medo.
Em tempos passados invocava-se o nome de Deus como fundamento da ordem política. Mas Deus foi exilado e o “povo“ tomou o seu lugar: a democracia é o governo do povo... Não sei se foi bom negócio: o fato é que a vontade do povo, além de não ser confiável, é de uma imensa mediocridade. Basta ver os programas de televisão que o povo prefere.
A Teologia da Libertação sacralizou o povo como instrumento de libertação histórica. Nada mais distante dos textos bíblicos. Na Bíblia o povo e Deus andam sempre em direções opostas. Bastou que Moisés, líder, se distraísse, na montanha, para que o povo, na planície, se entregasse à adoração de um bezerro de ouro. Voltando das alturas Moisés ficou tão furioso que quebrou as tábuas com os 10 mandamentos. E há estória do profeta Oséias, homem apaixonado! Seu coração se derretia ao contemplar o rosto da mulher que amava! Mas ela tinha outras idéias. Amava a prostituição. Pulava de amante a amante enquanto o amor de Oséias pulava de perdão a perdão. Até que ela o abandonou... Passado muito tempo Oséias perambulava solitário pelo mercado de escravos... E que foi que viu? Viu a sua amada sendo vendida como escrava. Oséias não teve dúvidas. Comprou-a e disse: “Agora você será minha para sempre...“ Pois o profeta transformou a sua desdita amorosa numa parábola do amor de Deus. Deus era o amante apaixonado. O povo era a prostituta. Ele amava a prostituta. Mas sabia que ela não era confiável. O povo sempre preferia os falsos profetas aos verdadeiros, porque os falsos profetas lhes contavam mentiras. As mentiras são doces. A verdade é amarga. Os políticos romanos sabiam que o povo se enrola com pão e circo. No tempo dos romanos o circo era os cristãos sendo devorados pelos leões. E como o povo gostava de ver o sangue e ouvir os gritos! As coisas mudaram. Os cristãos, de comida para os leões, se transformaram em donos do circo. O circo cristão era diferente: judeus, bruxas e hereges sendo queimados em praças públicas. As praças ficavam apinhadas com o povo em festa, se alegrando com o cheiro de churrasco e os gritos. Reinhold Niebuhr, teólogo moral protestante, no seu livro O homem moral e a sociedade imoral observa que os indivíduos, isolados, têm consciência. São seres morais. Sentem-se “responsáveis“ por aquilo que fazem. Mas quando passam a pertencer a um grupo, a razão é silenciada pelas emoções coletivas. Indivíduos que, isoladamente, são incapazes de fazer mal a uma borboleta, se incorporados a um grupo, tornam-se capazes dos atos mais cruéis. Participam de linchamentos, são capazes de pôr fogo num índio adormecido e de jogar uma bomba no meio da torcida do time rival. Indivíduos são seres morais. Mas o povo não é moral. O povo é uma prostituta que se vende a preço baixo. Meu amigo Lisâneas Maciel, no meio de uma campanha eleitoral, me dizia que estava difícil porque o outro candidato a deputado comprava os votos do povo por franguinhos da Sadia. E a democracia se faz com os votos do povo... Seria maravilhoso se o povo agisse de forma racional, segundo a verdade e segundo os interesses da coletividade. É sobre esse pressuposto que se constrói o ideal da democracia. Mas uma das características do povo é a facilidade com que ele é enganado. O povo é movido pelo poder das imagens e não pelo poder da razão. Quem decide as eleições – e a democracia - são os produtores de imagens. Os votos, nas eleições, dizem quem é o artista que produz as imagens mais sedutoras. O povo não pensa. Somente os indivíduos pensam. Mas o povo detesta os indivíduos que se recusam a ser assimilados à coletividade. Uma coisa é o ideal democrático, que eu amo. Outra coisa são as práticas de engano pelas quais o povo é seduzido. O povo é a massa de manobra sobre a qual os espertos trabalham. Nem Freud, nem Nietzsche e nem Jesus Cristo confiavam no povo. Jesus Cristo foi crucificado pelo voto popular, que elegeu Barrabás. Durante a Revolução Cultural na China de Mao-Tse-Tung, o povo queimava violinos em nome da verdade proletária. Não sei que outras coisas o povo é capaz de queimar. O nazismo era um movimento popular. O povo alemão amava o Führer. O mais famoso dos automóveis foi criado pelo governo alemão para o povo: o Volkswagen. Volk, em alemão, quer dizer “povo“...
O povo unido jamais será vencido! Tenho vários gostos que não são populares. Alguns já me acusaram de gostos aristocráticos... Mas, que posso fazer? Gosto de Bach, de Brahms, de Fernando Pessoa, de Nietzsche, de Saramago, de silêncio, não gosto de churrasco, não gosto de rock, não gosto de música sertaneja, não gosto de futebol (tive a desgraça de viajar por duas vezes, de avião, com um time de futebol...). Tenho medo de que, num eventual triunfo do gosto do povo, eu venha a ser obrigado a queimar os meus gostos e engolir sapos e a brincar de “boca-de-forno“, à semelhança do que aconteceu na China.
De vez em quando, raramente, o povo fica bonito. Mas, para que esse acontecimento raro aconteça é preciso que um poeta entoe uma canção e o povo escute: “Caminhando e cantando e seguindo a canção...“ Isso é tarefa para os artistas e educadores: O povo que amo não é uma realidade. É uma esperança.

(Folha de S. Paulo, 05/05/2002)

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Fotógrafo captura espetáculo de cores de degradação ambiental

O fotógrafo e ativista americano J. Henry Fair viaja o mundo para produzir imagens aéreas do impacto de ações humanas, como o despejo de lixo e de resíduos industriais, em paisagens naturais.

Veja a galeria de fotos na BBC.

 

Nesta foto: centro de destilação de petróleo para obtenção de betume em Fort McMurray, na província canadense de Alberta. O processo causa grande impacto ambiental.

Egípcios e cidadania

Um dia depois de derrubar pacificamente o ditador Mubaraki, ontem o povo egípcio deu mais uma lição de cidadania, tirando o lixo, os carros queimados e repintando a sarjeta da praça Tahrir, centro dos protestos no Cairo. (Fonte: CNN; fotos: BBC, CNN)
 
Se fosse no Brasil, o povão ia para a praia ver show de axé!

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Mercadante - "Doutor" em Lulismo!

Da Tribuna da Imprensa, por Carlos Newton:
 
Nos chamados meios acadêmicos, pegou mal, muito mal mesmo, a decisão da Universidade de Campinas (Unicamp), que vai outorgar irregularmente ao ainda senador Aloizio Mercadante o título de Doutor em Economia.
Estranhamente, Mercadante não foi obrigado a cumprir as mesmas regras dos demais doutorandos do Curso de Pós-Graduação do Instituto de Economia.
Pelo regulamento do programa, ele só poderia adiar a apresentação da tese uma só vez, e apenas pelo prazo de seis meses. Pois o ilustre parlamentar postergou a apresentação pelo desprezível prazo de 20 anos. Assim, ainda de acordo com o regulamento, Mercadante só poderia receber o título de especialização latu sensu, jamais o título de "Doutor".
Além de todas essas regras quebradas, Mercadante também desrespeitou a tradição de o doutorando apresentar uma tese que discuta a teoria econômica. Ao invés disso, ele exibiu uma calhamaço de 519 páginas sobre o governo Lula, anunciando o nascimento do "novo desenvolvimentismo" – um modelo baseado em crescimento e distribuição de renda.
(...)
Esse título de doutorado geralmente é o maior orgulho do acadêmico. Mas no PT, parece ser um fetiche. Por isso, Mercadante usou do desrespeito às regras para merecê-lo. Mas não chegou ao baixo nível da agora presidente Dilma Rousseff. Alguém lembra das alegações dela, quando ministra, dizendo que era doutorada em economia na mesma Unicamp, apesar de nem mesmo ter conseguido o título de mestrado?
(...)
MAS, ASSIM COMO DILMA, MERCADANTE JÁ MENTIU TER DOUTORADO ANTES, EM PLENA CAMPANHA ELEITORAL PARA GOVERNADOR EM 2006...
PELO MENOS O LULA NÃO MENTE NESTE PONTO!